Giovanna O. Silva

Toyotismo é o modelo japonês de produção, criado pelo japonês Taiichi Ohno e implantado nas fábricas de automóveis Toyota, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, o novo modelo era ideal para o cenário japonês, ou seja, um mercado menor, bem diferente dos mercados americano e europeu, que utilizavam os modelos de produção Fordista e Taylorista. Toyotismo é um sistema de organização voltado para a produção de mercadorias. O Toyotismo espalhou-se a partir da década de 1960 por várias regiões do mundo e até hoje é aplicado em muitas empresas.
A ideia principal era produzir somente o necessário, reduzindo os estoques produzindo em pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a padronização pela diversificação e produtividade. As relações de trabalho também foram modificadas, pois agora o trabalhador deveria ser mais qualificado, participativo e polivalente, ou seja, deveria estar apto a trabalhar em mais de uma função.

O Modelo Toyota

...É assim, pelo aperfeiçoamento constante ou, talvez eu devia dizer, pela melhoria baseada na ação que podemos alcançar um nível mais alto de praticas e de conhecimento”
Essa frase de Fujio Cho, presidente da Toyota, revela o pensamento pelo qual a empresa é administrada. Visão que é muito admirada, pois fez a Toyota se destacar no mercado automotivo, não pelo design ou desempenho dos carros, mais sim pela forma que concebia e fabricava seus veículos.
Com a excelência operacional sendo uma estratégia, foi adquirindo uma reputação de qualidade e uma consistência no desempenho, baseando-se em métodos de melhoria de qualidade e ferramentas como Just-in-time, fluxo unitário de peças, autonomação (jidoka) e nivelamento de produção (heijunka).
A Toyota sempre deixou claro que técnicas e ferramentas não são o bastante para modificar o desempenho, mais que o sucesso operacional origina-se na filosofia empresarial baseada em compreensão e motivação das pessoas.
Utilizando também dos “4Ps” – Filosofia, Processo, Pessoal/Parceiros e Solução de Problemas, que juntamente com Gengi Genbutsu, Kaizen, Respeito e Trabalho de Equipe e Desafio, formam o DNA da empresa.

  
A Toyota criou seu próprio Sistema de Produção, conhecido como STP, que com uma boa aplicação em todas as áreas da empresa, resulta na “produção enxuta”.
O objetivo de a Toyota criar essas ferramentas era eliminar os desperdícios de tempo e de material em cada passo do processo de produção, visando à necessidade de processo rápidos e flexíveis que deem aos clientes  o que eles desejam, quando desejam com o máximo de qualidade e  custo interessante.
As ferramentas de apoio aplicadas ao conceito enxuto, como troca rápida de ferramentas, trabalho padronizado, sistemas de puxar e verificar erros são fundamentais para a criação do fluxo.
Mas a chave do STP está no compromisso administrativo da empresa, com o investimento no pessoal e produção, além da promoção de uma cultura de melhoria contínua.
A Toyota tomou a iniciativa de criar o TSSC (Toyota Supplier Support Center) que ensinaria empresas americanas sobre o STP, criando um projeto enxuto para cada uma, que consistia em transformar uma linha de produção de uma empresa com ferramentas e métodos do STP.
Com a consultoria da TSSC pode-se perceber que muitas das empresas que se diziam ser enxutas, não compreendiam o que faz funcionar todas as ferramentas em um sistema.
A Toyota integra todos de uma forma homogenia desde os executivos até os funcionários de fabricação, desafiando as pessoas a utilizarem sua iniciativa e criatividade para experimentar e aprender. Tornando–se assim uma organização de aprendizagem que esteve evoluindo durante a maior parte do século.
A Toyota deu um exemplo de que se precisa aperfeiçoar e inovar constantemente para permanecer à frente da concorrência e evitar tornar-se monótono.
ü  Eliminando o desperdício de tempo e de recursos;
ü  Construindo qualidade nos sistemas do local de trabalho;
ü  Descobrindo alternativas confiáveis de baixo custo para a tecnologia nova e dispendiosa;
ü  Aperfeiçoando o processo administrativo;
ü  Construindo uma cultura de aprendizagem para a melhoria contínua.
Utilizando esses princípios para melhorar a qualidade, eficiência e velocidade. O Modelo Toyota é uma lição, uma visão e uma inspiração para qualquer organização que queira ser bem sucedida em longo prazo.
Principais características do Toyotismo:
- Mão-de-obra multifuncional e bem qualificada. Os trabalhadores são educados, treinados e qualificados para conhecer todos os processos de produção, podendo atuar em várias áreas do sistema produtivo da empresa.
-Team work (trabalho em equipe) – os trabalhadores passaram a trabalhar em grupos, orientados por uma líder. O objetivo é de ganhar tempo, ou eliminar os “tempos mortos”.
- Sistema flexível de mecanização- A produção deve ser ajustada a demanda do mercado. Produzir apenas o necessário, reduzindo os estoques ao mínimo.
- Uso de controle visual em todas as etapas de produção como forma de acompanhar e controlar o processo produtivo.
- Implantação do sistema de qualidade total em todas as etapas de produção. Além da alta qualidade dos produtos, busca-se evitar ao máximo o desperdício de matérias-primas e tempo. Todos os trabalhadores, em todas as etapas da produção são responsáveis pela qualidade do produto e a mercadoria só é liberada para o mercado após uma inspeção minuciosa de qualidade.
- Aplicação do sistema Just in Time (na hora certa): ou seja, produzir somente o necessário, no tempo necessário e na quantidade necessária.
- Kanban (etiqueta ou cartão) – método para programar a produção, de modo que o Just in time se efetive.
- Uso de pesquisas de mercado para adaptar os produtos às exigências dos clientes.
- Automatização – utilizando máquinas que desligavam automaticamente caso ocorresse qualquer problema, um funcionário poderia manusear várias máquinas ao mesmo tempo, diminuindo os gastos com pessoal.

Fontes:
LIKER, Jeffrey K. /O Modelo Toyota: 14 Princípios de Gestão do maior fabricante do mundo / Porto Alegre: Bookman, 2005. Pág.25 Capitulo 1.
0 Responses

Postar um comentário